Friday, June 30, 2006

" Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu - a meu mistério."

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Não fale desse jeito comigo que eu não gosto

Eu tô fingindo calma com a alma carregada

Não fale desse jeito comigo que eu não quero

Não se meta nem comigo nem com o povo que eu paquero

Não fale desse jeito comigo que eu detesto

Tão dizendo nas esquinas, nas quebradas, é que eu não presto

Esse calor que sai de você embaçou o meu retrovisor

Você não quer que eu olhe pra trás e diz que o passado já passou

Esse calor que sai do cigarro que você fuma falando de amor

Não fale mais, o futuro é a arma da ilusão que foi você que carregou

Não fale desse jeito comigo que eu atiro

Eu tô num dia lindo com minha nuvem carregada

Que não cruze o meu caminho quem me despreza

Na guerra eu tô no meu direito e já inventei a minha reza

Eu jogo pra ganhar e de ninguém eu tiro

E se não escutou, eu uso o berro, eu uso o grito

Não fale desse jeito comigo que eu não gosto

Não fale desse jeito comigo que eu não quero

Não fale desse jeito comigo que eu detesto

Não fale desse jeito comigo que eu não gosto


dark side

Thursday, June 29, 2006

"Eu estou exatamentente onde quero estar"
"Feliz o destino da inocente vestal
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança"
(Alexander Pope)
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Com certeza brilho eterno foi uma das coisas mais lindas que já ví. Estranho porque algumas pessoas simplesmente não foram "tocadas" pelo filme.
Mas eu sim... Eu Vah bixa sim e muito.
Mudando a história, tava lendo o texto do Iuri: "Talvez o nada seja uma mulher."
E sim Iuri, tá tudo interligado. Porque nós "super pensantes" temos essas visões amplificadas das coisas? Acho que isso não é justo. Sério!
Lí também que meu eterno namorado não passou no vestibular pra um tal curso de Formação de escritores?????
Lí teu texto e sinceramente ADOREI, achei bem bom. Aliás tu é muuito criativo. Então na boa,
me explica porque diabos tu faria um curso pra "formação de escritores". Não acredito que possam formar escritores.
Acredito que se tem um dom pra isso. Eu acho que tu tem.
Formar escritores, tsc tsc , faça-me o favor, a unisinos anda superando!
By the way, baby melhorou da pedrinha? E quando vamos tomar aquele café? Novidade: não estou gripada \o/. (saudades...)
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Voltando a brilho eterno: Se tu pudesse apagar alguém da memória, quem tu apagaria?
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Nem toda dor merece grito, anda em silêncio nas ruas e cala a tua angústia. Tua filha te abandona e tu reza a noite inteira. Que os santos te ajudem mulher!
Ela anda tão perdida que esqueceu até aquele teu casaco marrom, presente da tia dulce. Aquele com uma costura grossa.
Andou se apaixonando por um rapaz, coitada!
Deu bixo ruim, como quase todos né cumadre?
Didia anda cabisbaixa, mas nem sabe o que lhe causa. Desculpa esfarrada pra passá a noite em claro, e olha que ela ri que nem sei.
Nem toda dor merece grito cumadre. Volta pra casa, que já passa das dez...
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Caralhoo meu ego vai explodir!!!! =)

Wednesday, June 28, 2006


Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que Deus criou o homem e não se arrependeu?
Por que que a crença no futuro é fatal e a serpente simboliza o mal?
Por que que tudo que é bonito está trancado no museu?
Por que que eu nasci assim e meu irmão assado?
Por que beber wisk-soda prá ficar animado?
Por que que o tempo
Deixa tudo prá trás
e sempre que você consegue quer mais?
Por que na hora do naufrágio cada um vai pro seu lado?
Por que que eu tenho uma caneta e não sei escrever?
Por que eu passo a noite inteira sem nada para ler?
Por que que a agulha da vitrola sumiu e o anúncio do cinema caiu?
Por que que eu faço essas perguntas sem ninguém prá responder?

Monday, June 26, 2006



Para além da orelha existe um som, à extremidade do olhar um aspecto, às pontas dos dedos um objeto - é para lá que eu vou.
À ponta do lápis o traço. Onde expira um pensamento está uma idéia, ao derradeiro hálito de alegria uma outra alegria, à ponta da espada a magia - é para lá que eu vou.
Na ponta dos pés o salto. Parece a história de alguém que foi e não voltou - é para lá que eu vou. Ou não vou?
Vou, sim. E volto para ver como estão as coisas. Se continuam mágicas.
Realidade? eu vos espero. E para lá que eu vou. Na ponta da palavra está a palavra. Quero usar a palavra "tertúlia" e não sei aonde e quando. À beira da tertúlia está a família. À beira da família estou eu. À beira de eu estou mim. É para mim que eu vou.
E de mim saio para ver. Ver o quê? ver o que existe. Depois de morta é para a realidade que vou. Por enquanto é sonho. Sonho fatídico.
Mas depois - depois tudo é real. E a alma livre procura um canto para se acomodar. Mim é um eu que anuncio.
Não sei sobre o que estou falando. Estou falando de nada. Eu sou nada. Depois de morta engrandecerei e me espalharei, e alguém dirá com amor meu nome. É para o meu pobre nome que vou.
E de lá volto para chamar o nome do ser amado e dos filhos. Eles me responderão. Enfim terei uma resposta. Que resposta? a do amor.
Amor: eu vos amo tanto. Eu amo o amor. O amor é vermelho. O ciúme é verde. Meus olhos são verdes. Mas são verdes tão escuros que na fotografia saem negros. Meu segredo é ter os olhos verdes e ninguém saber.
À extremidade de mim estou eu. Eu, implorante, eu a que necessita, a que pede, a que chora, a que se lamenta. Mas a que canta. A que diz palavras. Palavras ao vento? que importa, os ventos as trazem de novo e eu as possuo.

Eu à beira do vento. O morro dos ventos uivantes me chama. Vou, bruxa que sou. E me transmuto.
Oh, cachorro, cadê tua alma? está à beira de teu corpo? Eu estou à beira de meu corpo. E feneço lentamente.
Que estou eu a dizer? Estou dizendo amor. E à beira do amor estamos nós.

Friday, June 23, 2006


POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS
Clarice Lispector
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Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.



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Clarice me agonia...
Sim eu uso muito essa palavra: AGONIA!
Lembrei de uma música do Djavan que tem uma frase que parece me descrever muito bem:
"Nem que eu bebesse o mar, encheria o que eu tenho de fundo..."

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Lembrei de uma conversa recente que a Jô e eu tivemos, sobre o quanto somos eternas insatisfeitas.
E que a ignorância é o segredo da felicidade. (FATO)

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Isso são só... sei lá, pensamentos soltos...
Não canso de tentar me entender! Também não canso de lembrar.
=)~


Esquadros...

Thursday, June 22, 2006

Pronto
Agora que voltou tudo ao normal
Talvez você consiga ser menos rei
E um pouco mais real
Esqueça
As horas nunca andam para trás
Todo dia é dia de aprender um pouco
Do muito que a vida traz.
Mas muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louca
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouca
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero (mais)
Chega!
Não me condene pelo seu penar
Pesos e medidas não servem
Pra ninguém poder nos comparar
Por que
Eu não pertenço ao mesmo lugar
Em que você se afunda tão raso
Não dá nem pra tentar te salvar...
Veja
A qualidade está inferior
E não é a quantidade que faz
A estrutura de um grande amor
Simplesmente seja
O que você julgar ser o melhor
Mas lembre-se que tudo que começa com muito
Pode acabar muito pior
(essa música é maravilhosa e Maria rita cantando \o/)
Se quero grito
Se não gosto, falo.
Não engulo sapo, não engulo a dor.
A dor vomito, toda mágoa na privada...
Nunca disse que eu era fácil,
minha pose de princesa eu só deixo no caixão.
Procura outra boneca pra tua coleção!

Tuesday, June 20, 2006


Nobody Knows Me ...

Quando o mundo parece desmoronar em torno de mim e eu só vejo gente que não faz a menor diferença. Eu penso em ti e me sinto bem! As coisas não têm sido as mesmas desde então...

Mais e mais eu digo que não me importo

Que sou imune à escuridão, que sou forte cada vez mais

Mas toda vez importa e todas as minhas palavras me abandonam

Então qualquer um pode me machucar, e eles me machucam...

Pedir desculpas já nem cabe mais. =[