Será ela o anoitecer ou a aurora?Será o acaso ou o destino que à assusta?
Ela tem encontrado tesouros em seus silêncios. Eis o que é silêncio!
Coisas que permanecem inexpressas em seu coração, sonhos pra sonhar.
Ela sempre pensou que as estradas do amor fossem agrestes, ou jardins devastados pelo vento, inundados pela chuva. Porque da mesma forma que o amor é majestoso, ele é reles. Sobe às alturas e desce às raízes.
Ela teme se expor até a nudez de sua alma. Pensa dirigir o curso das suas emoções, determinar o próprio curso da vida.
Amor: ternura demasiada...
Ela jamais cederia à isso.
Por longos anos ela cobriu o véu do amor. Porém, agora, ele grita. Ele está lá, dentro dela. E chama-te em voz alta. E quer revelar-se a ti.
_ Mas agora? O momento é tardio...
Ela entende, e encara com excessiva frieza. Pois assim tem sido sempre com o amor.
Ele só conhece a sua própria profundidade na hora da separação.
Ela não derramará nenhuma lágrima. Maiór é seu amor por sí mesma e pelo universo.
Eis o que és, um amor impossível!
_ Amor?
_ Ela não confiaria à guarda a um amor.
Então, és só parte de seus pensamentos. Sim, tens os pensamentos dela e não a alma.
Pois sua alma mora na mansão do amanhã, e ninguém pode visitá-la, nem em sonhos.
_ E o amanhã o que trará?
Bem, isso ela não sabe. Ela é só um grão de areia em busca do infinito...
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Girassóis
Vincent Van Gogh
Leiam Cartas a Théo
Sério, eu não entendo como as máscaras caem e as pessoas se mostram tão filhas da mãe???
